Pegamos o coletivo muito lotado com destino ao bairro Jardim União quando entra uma velhinha:
-Por favor, meu filho, me ceda esse lugar!
-Não, minha senhora - disse o rapaz.
-Por quê?
-porque estou pagando e tenho direitos tanto quanto a senhora.
-mas sou idosa, e não aguento ir em pé - disse a senhora.
-Também não lhe dou a cadeira, porque, com certeza, a senhora não a cedia para idosos quando era mais nova. Peça para aquela moça ali, talvez ela lhe de o lugar dela - ponderou o rapaz.
A mulher aproximou-se da moça a pediu:
-Minha filha me ceda seu lugar, por favor!
-Claro, minha senhora, pode sentar-se - disse a moça.
De repente entram dois assaltantes e começam a gritar:
-Passam já o dinheiro e não olhem pra nossa cara, se não eu mando bala.
Um deles se aproxima da idosa e diz:
-Não tenha medo não, vó, ninguém vai fazer nenhuma mal a senhora. A senhora ta precisando de alguma coisa? Pode pedir.
A velhinha muito animada pede:
-Bate naquele rapaz ali!
-Por que? Perguntou, esperando, o ladrão.
-Ele não quis me dar o lugar dele pra eu sentar. Bata, meu filho nele, pois os pilas também envelhecem e um dia podem precisar de uma cadeira no coletivo.
Autora: Vângela Carlos
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